Brasília (06/08/2025) — O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou nesta quarta-feira (6) que deputados que permanecerem amotinados na mesa da Presidência da Casa serão suspensos por até seis meses de mandato. A ameaça foi feita após reunião com lideranças partidárias na residência oficial da Câmara, onde ficou definido que a sessão legislativa marcada para 20h30 ocorrerá com ou sem a cooperação dos manifestantes.
Desde a noite de terça-feira (5), parlamentares bolsonaristas ocupam a mesa do plenário em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles exigem a votação de um projeto de lei que prevê anistia para Bolsonaro e para os condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
De acordo com o líder do PDT, deputado Mário Heringer, Hugo Motta deixou claro que retomará o comando da sessão. “O presidente vai sentar na cadeira dele. Quem não sair será suspenso por seis meses imediatamente”, afirmou o parlamentar. A Mesa Diretora já prepara um ato com os espaços em branco para os nomes dos parlamentares que insistirem em obstruir os trabalhos legislativos.
As punições incluem:
- Suspensão imediata de até 6 meses para quem impedir a realização das sessões;
- Encaminhamento ao Conselho de Ética para abertura de processo disciplinar;
- Possibilidade de cassação de mandato, caso haja conflito físico com a Polícia Legislativa.
Segundo fontes da presidência da Câmara, os bolsonaristas planejam um esquema de rodízio para manter a ocupação do plenário até o fim de semana, ampliando a pressão sobre a Casa.
Apesar das tentativas de diálogo, o grupo recusou-se a desocupar o local após reuniões realizadas ao longo do dia com o presidente da Câmara e lideranças da base aliada.
A medida de Hugo Motta, considerada drástica, foi endossada pela maioria dos líderes partidários da Câmara como forma de garantir o funcionamento regular do Legislativo e evitar a obstrução institucional promovida pelos deputados bolsonaristas.