terça-feira, 3 de dezembro de 2024 | 23:23:28

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), em parceria com a Polícia Civil do Ceará (PCCE), realizou nesta terça-feira (26) a Operação Attornatus Falsus, desmontando uma organização criminosa responsável pelo Golpe do Falso Alvará Judicial e lavagem de dinheiro. A ação ocorreu nas cidades de Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba, no Ceará, onde foram cumpridos 48 mandados judiciais: 20 de prisão preventiva e 28 de busca e apreensão.

Segundo o delegado Paulo Benelli, titular da Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc), a operação resultou na apreensão de documentos, equipamentos tecnológicos e dinheiro, além do bloqueio de 184 contas bancárias ligadas aos suspeitos.

Como funcionava o golpe

As investigações revelaram que o grupo criminoso usava informações reais de processos judiciais para enganar as vítimas. Com acesso a detalhes como números de processos, valores e nomes de advogados, os golpistas se passavam por representantes legais das vítimas.

“Eles ganhavam a confiança das pessoas, dizendo que elas tinham dinheiro a receber devido a processos judiciais vitoriosos. Porém, exigiam o pagamento de uma taxa para liberação do alvará”, explicou Benelli.

Os golpistas elaboravam documentos falsos, enviados às vítimas em formato PDF, solicitando depósitos ou transferências bancárias. Os valores exigidos variavam conforme o montante que as vítimas acreditavam ter a receber.

Após os pagamentos, o dinheiro era lavado por meio de operações financeiras complexas para dificultar o rastreamento.

Alerta à população

O delegado destacou a importância da operação para combater o crime organizado e proteger a sociedade. “Além do prejuízo financeiro, esses golpes causam impactos emocionais nas vítimas. Seguiremos investigando para identificar outros envolvidos e garantir a responsabilização dos membros do grupo”, afirmou.

Benelli orientou a população a ter cautela em transações financeiras e no recebimento de documentos judiciais, sempre verificando a autenticidade junto às autoridades competentes.

A operação, que contou com apoio do Laboratório de Operações Cibernéticas (CiberLab) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, faz parte de uma estratégia nacional para intensificar o combate a fraudes judiciais no Brasil.

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