Cerca de 60 corpos foram localizados por moradores em uma área de mata no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, após a Operação Contenção, realizada pelas forças de segurança na última terça-feira (28). Segundo relatos da comunidade, os corpos foram reunidos na Praça São Lucas, no centro da favela, e não fazem parte da contagem oficial de 64 mortos divulgada pelo governo estadual — sendo 60 suspeitos e 4 policiais.
O ativista Raul Santiago, morador do complexo, fez uma transmissão ao vivo denunciando o que chamou de “chacina que entra para a história do Brasil”, criticando a violência e a ausência de respostas das autoridades. A pedido das famílias, os corpos foram expostos para registro da imprensa e aguardam retirada pelo Instituto Médico-Legal (IML).
Durante a madrugada, outros seis corpos foram encontrados em área de mata no Complexo do Alemão e levados ao Hospital Getúlio Vargas. Se confirmados fora da contagem inicial, o número de mortos pode ultrapassar 120, tornando-se a operação mais letal da história do Rio de Janeiro.
A operação, classificada pelo governo estadual como “a maior já realizada no Rio”, gerou pânico entre moradores e bloqueou vias importantes da cidade. Especialistas em segurança pública criticaram a ação, chamando-a de “lambança político-operacional”, enquanto movimentos sociais afirmaram que “segurança não se faz com sangue”.
O governador Cláudio Castro defendeu a operação e cobrou apoio do governo federal. Já o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que não recebeu nenhum pedido de suporte por parte do estado.


