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O uso de medicamentos no tratamento da depressão e da ansiedade é essencial para milhões de pessoas, mas ainda cercado por dúvidas e preconceitos. Em um cenário de crescente procura por essas terapias, a campanha Setembro Amarelo, que completa dez anos em 2025, surge como uma oportunidade para ampliar o debate e esclarecer informações fundamentais sobre os fármacos.
Somente entre 2013 e 2023, o Brasil registrou um aumento superior a 50% no consumo de medicamentos antipsicóticos, segundo dados do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS). No mesmo período, os afastamentos do trabalho por ansiedade e depressão triplicaram, chegando a 307 mil em 2024, de acordo com o Ministério da Previdência Social. No Amazonas, os transtornos mentais foram responsáveis por aproximadamente 2,6 mil afastamentos no último ano.
A depressão é caracterizada por um estado de profunda tristeza e falta de energia, que paralisa a rotina. Já a ansiedade se manifesta como uma preocupação intensa e constante, que acelera a mente e o corpo, impactando negativamente o dia a dia.

Tratamentos combinados

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A farmacêutica Jéssica Cardeal, da rede Santo Remédio, explica que o tratamento costuma ser combinado, envolvendo o uso de medicamentos e psicoterapia. O médico psiquiatra, por sua vez, é o profissional que pode prescrever os fármacos que serão utilizados.
“Os antidepressivos atuam principalmente sobre neurotransmissores do cérebro, como serotonina e noradrenalina, ajudando a regular o humor e a reduzir os sintomas da depressão. Já os ansiolíticos agem sobre o sistema nervoso central para aliviar a ansiedade e a agitação, promovendo um efeito calmante”, detalha.
O tratamento da depressão varia conforme o paciente, mas geralmente há fases terapêuticas bem definidas: uma fase inicial de 6 a 12 meses, que pode se estender até três anos em casos recorrentes, ou ultrapassar cinco anos em quadros mais graves. Segundo o Ministério da Saúde, entre 90% e 95% dos pacientes apresentam remissão total — ou seja, desaparecimento dos sintomas — com o tratamento adequado.
No caso da ansiedade, a escolha do tratamento depende do tipo de transtorno diagnosticado. O Ministério da Saúde recomenda três abordagens: medicamentosa, psicoterápica e combinada. Ainda segundo a pasta, a maioria das pessoas começa a notar melhoras nas primeiras semanas após o início do tratamento.

Terapias complementares


Além dos medicamentos prescritos, os médicos também podem recomendar terapias complementares que auxiliem no bem-estar físico e emocional dos pacientes. Esses produtos estão disponíveis em farmácias, que também oferecem orientações sobre o uso correto e possíveis interações com outros tratamentos.
“É possível contar com opções como fitoterápicos e suplementos seguros, a exemplo da camomila, passiflora, triptofano (aminoácido que contribui para a produção de serotonina) e magnésio. Eles ajudam a reduzir a ansiedade, melhorar o sono e dar mais equilíbrio ao organismo. Mas é fundamental que sejam utilizados como suporte ao tratamento principal e sempre com orientação profissional”, reforça Jéssica.

Informação e cuidado


Embora os medicamentos sejam um dos pilares no tratamento dos transtornos mentais, seu uso exige acompanhamento e informação adequada para evitar riscos. A gerente farmacêutica esclarece uma dúvida comum entre os pacientes. “Alguns antidepressivos e ansiolíticos podem, sim, causar dependência, especialmente quando utilizados por longos períodos e sem acompanhamento adequado. No entanto, há opções com menor risco, e cabe ao médico definir o mais apropriado para cada caso”, afirma.
Outro alerta importante diz respeito à automedicação, prática considerada perigosa, principalmente com medicamentos que atuam sobre o sistema nervoso central. “O uso desses remédios sem orientação pode causar efeitos colaterais sérios, como taquicardia, disfunção sexual, reações alérgicas, problemas gastrointestinais, alterações no sono e enxaqueca. Também há risco de dependência química e interações com outros medicamentos que o paciente pode já estar usando, sem saber dos efeitos cruzados”, alerta a farmacêutica.

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