O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece detido em uma sala de Estado na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, após ser preso na manhã deste sábado (22/11). A decisão pela prisão preventiva foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após indícios de que Bolsonaro teria violado a tornozeleira eletrônica e articulado movimentos que poderiam facilitar uma tentativa de fuga.
A sala especial onde o ex-presidente está alocado foi concluída em maio deste ano e segue o padrão utilizado anteriormente por outras autoridades, como Michel Temer e Luiz Inácio Lula da Silva. O espaço dispõe de cama de solteiro, banheiro privativo, televisão, ar-condicionado, frigobar e mesa de trabalho, e é destinado exclusivamente a detentos com prerrogativa de cargo.
Risco de fuga motivou decisão do STF
De acordo com a decisão de Moraes, a tornozeleira eletrônica de Bolsonaro registrou violação por volta de 0h08 deste sábado. Horas depois, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocou uma vigília em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar — ato que, segundo o ministro, poderia servir para tumultuar a fiscalização e dificultar eventual ação policial.
Esses elementos foram considerados pela PF e pelo STF como sinais concretos de risco de fuga, levando à decretação da prisão preventiva, que não possui prazo determinado.
Quebra de cautelares motivou nova prisão
A prisão deste sábado não tem relação direta com a condenação de Bolsonaro no processo da tentativa de golpe de Estado — pela qual ele recebeu pena de 27 anos e três meses em setembro. A detenção decorre da sucessiva violação de medidas cautelares impostas anteriormente pelo Supremo.
Investigadores afirmam que Bolsonaro:
- manipulou a tornozeleira eletrônica;
- manteve contatos proibidos;
- descumpriu regras de monitoramento;
- incentivou mobilizações políticas mesmo sob restrição judicial.
Audiência de custódia marcada
Bolsonaro está sob custódia na Superintendência da PF, no Setor Policial Sul, onde permanecerá até a audiência de custódia marcada para este domingo (23). A prisão preventiva foi solicitada pela Polícia Federal e teve parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).