O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou neste domingo (11) que está disposto a se reunir pessoalmente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para iniciar negociações diretas de paz. A proposta partiu do próprio líder russo e o encontro deve acontecer na Turquia, na próxima quinta-feira, 15 de maio, em Istambul.
A iniciativa ocorre em meio à crescente pressão internacional. No sábado (10), durante uma reunião em Kiev, os principais aliados europeus da Ucrânia deram um ultimato ao Kremlin, exigindo um cessar-fogo de 30 dias a partir de segunda-feira (12), sob pena de novas sanções econômicas massivas contra a Rússia.
Putin, em um raro discurso televisionado às 1h (horário de Moscou) deste domingo, não mencionou diretamente a proposta de trégua do Ocidente, mas afirmou que está pronto para conversar com a Ucrânia com o objetivo de “eliminar as causas profundas do conflito” e estabelecer “uma paz duradoura”.
“Estamos determinados a iniciar negociações sérias com a Ucrânia”, declarou Putin, tentando redirecionar o foco das exigências ocidentais para uma saída diplomática direta com Kiev. Esta será a primeira tentativa de encontro formal entre os dois presidentes desde o início da guerra em 2022.
Apesar do gesto, líderes ocidentais reagiram com ceticismo. O presidente da França, Emmanuel Macron, classificou a iniciativa russa como “insuficiente” e uma manobra para ganhar tempo. “Um cessar-fogo incondicional não é precedido por negociações, por definição. Putin ainda quer vencer tempo, mas está claramente procurando uma saída”, afirmou Macron à imprensa.
Enquanto isso, a pausa de três dias nos combates, ordenada por Putin para marcar o Dia da Vitória da Rússia na Segunda Guerra Mundial, terminou com mais de 100 ataques de drones registrados pela Ucrânia. Ambos os lados se acusam mutuamente de violar a trégua, intensificando novamente os confrontos nas zonas de conflito.
Caso o encontro de quinta-feira se concretize, poderá representar uma nova fase diplomática no conflito que já dura mais de três anos, com milhares de mortos e milhões de deslocados. No entanto, analistas alertam que a desconfiança entre as partes e os interesses divergentes ainda são os maiores obstáculos para a paz.


