Manaus (AM) – A Suframa iniciou tratativas para resolver o destino dos lojistas que ocupam as instalações do Shopping Cecomiz há quase 15 anos. Em visita ao local, o superintendente Bosco Saraiva explicou que a alocação dos comerciantes para espaços públicos, como shoppings populares, galerias e feiras, é uma das propostas em discussão. A questão tem sido tratada como prioridade pela Suframa e pela Prefeitura Municipal de Manaus, visando garantir que os comerciantes possam desenvolver suas atividades diárias de forma regular.
“Não vamos fazer nada que não seja determinado pela Justiça, até porque o problema está há 15 anos fora do âmbito administrativo. Mas, estamos aqui para demonstrar que há boa vontade política, tanto da Suframa quanto da própria prefeitura, em resolver a questão o mais breve possível”, salientou o superintendente.
O Shopping Cecomiz é um marco importante na história do comércio de Manaus, tendo sido impulsionado pelo projeto Zona Franca de Manaus (ZFM) nos anos 1970. Localizado nas proximidades da Bola da Suframa, no bairro Crespo, zona Sul da capital amazonense, o centro comercial foi o primeiro no setor e se tornou referência na região. Nos anos 1990, o shopping atingiu seu auge, com 106 lojas, um anfiteatro, uma área externa com diversas programações culturais e esportivas, além de ser um dos locais mais procurados para cerimônias de formatura em geral.
Após o incêndio que destruiu 88 estabelecimentos, em outubro de 2009, e por conta de uma dívida acumulada de uma década pela falta de pagamentos dos aluguéis, a situação não foi mais a mesma. O complexo entrou em fase de desocupação, por se tratar de um shopping instalado em propriedade da Suframa e por conta de um processo de reintegração de posse movido pelo Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio (MDIC), que foi parar na Justiça Federal e no Tribunal de Contas da União (TCU).
Nos últimos anos, o ambiente não é mais o mesmo. As lojas passaram a funcionar em número reduzido e, apesar do litígio, comerciantes como Aldenízio Duarte, tentam manter as atividades, à espera de uma solução para o impasse.
“É a primeira vez que um superintendente da Suframa vem nos dar ouvido, querer saber da nossa história. Isso já é um grande ganho pra gente. O que queremos é manter o nosso trabalho. Se vai relocar, que nos reloque para locais próximos daqui da Bola da Suframa”, sugeriu Aldenízio.