As investigações conduzidas pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), detalham um amplo esquema de movimentações financeiras e patrimônio incompatível com os rendimentos declarados pelo vereador Rosinaldo Bual (Agir).
Valores e discrepâncias
De acordo com a decisão judicial, entre 2017 e 2023, Bual declarou aproximadamente R$ 996 mil em rendimentos lícitos, mas movimentou mais de R$ 5,2 milhões em contas bancárias. O valor “descoberto” ultrapassa R$ 4,2 milhões, evidenciando desequilíbrio entre a renda oficial e as operações financeiras.
Em 2017, o parlamentar havia declarado patrimônio zerado, mas registrou crescimento expressivo nos anos seguintes, segundo os autos.
Cofre e arsenal apreendidos
Durante as diligências, os agentes localizaram um cofre com R$ 300 mil em espécie em um dos imóveis ligados ao vereador. Também foram apreendidas quatro armas de fogo, incluindo um fuzil. Há indícios ainda de práticas de agiotagem, com imóveis usados como garantia em empréstimos irregulares.
Estrutura do esquema
A chefe de gabinete de Bual, Luzia Seixas Barbosa, é apontada como braço operacional do esquema de “rachadinha”, intermediando os repasses feitos por servidores comissionados.
Familiares e assessores aparecem em movimentações suspeitas, entre eles: Rayeli Ferreira da Silva, Gabriel Ferreira Barbosa, Bianca Araújo da Silva Lobo e Lucilene Seixas Barbosa.
Além disso, quatro assessores foram afastados de suas funções sem remuneração: Alex Souza da Silva, Bianca Araújo Dutra, David da Silva Gomes e Rômulo Kayky dos Santos Silva, todos suspeitos de vínculos incompatíveis e participação no esquema.
Bloqueios e medidas judiciais
A Justiça determinou o bloqueio de bens e valores até R$ 6,1 milhões, distribuídos entre o vereador e seus colaboradores investigados. Foram autorizados ainda mandados de busca e apreensão, quebra de sigilos bancário e telefônico e extração de dados eletrônicos, com compartilhamento de provas com Polícia Federal, CGU e TCE-AM.
Fonte: Fatos Marcantes