A Justiça Eleitoral de Goiás condenou o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) a oito anos de inelegibilidade, além de multa, por abuso de poder político. A decisão, proferida pela juíza Maria Umbelina Zorzetti, também resultou na cassação da chapa eleita para a Prefeitura de Goiânia, que tinha Sandro Mabel (União Brasil) como candidato.
Uso do Palácio das Esmeraldas em favor de Mabel
A juíza Maria Umbelina Zorzetti apontou que Caiado utilizou o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, para promover eventos eleitorais em favor de Sandro Mabel. Segundo a magistrada, o governador pressionou os presentes a pedirem votos para Mabel em seus redutos eleitorais, configurando abuso de poder político, prática vedada pela legislação eleitoral.
“Palavras mágicas” e pedidos de voto
A decisão se baseia na aplicação de uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que proíbe o uso de “palavras mágicas”, que são expressões utilizadas de forma indireta para pedir votos. No caso de Caiado, um discurso no qual ele pediu apoio para Mabel foi citado como um exemplo claro de pedido de votos: “Olha, agradecer o voto. Não fui eleito, mas você pode saber que eu continuarei na luta política porque ao ter o Sandro Mabel lá na prefeitura, eu tenho acesso para resolver os problemas da minha região”.
Defesa de Caiado e de Mabel
A defesa de Ronaldo Caiado alegou que não houve ilícito eleitoral e, caso tivesse ocorrido, a infração seria passível apenas de multa. Já Sandro Mabel também se manifestou, destacando que as reuniões realizadas no Palácio das Esmeraldas não passaram de encontros políticos sem qualquer irregularidade.
Possibilidade de recurso
A decisão ainda pode ser contestada no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) e, posteriormente, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Caso confirmada, a sentença pode prejudicar os planos eleitorais de Caiado, que está no segundo mandato como governador e já se posiciona como pré-candidato à Presidência nas eleições de 2026.