A Polícia Civil do Piauí aponta que o influenciador João Vitor Almeida Pereira, conhecido como Vitor Mídia, acumulou cerca de R$ 3 milhões em apenas três anos promovendo rifas ilegais de carros e motos nas redes sociais. Antes de viralizar, ele trabalhava como mecânico. As publicações começaram em 2023 e rapidamente ganharam alcance.

Vitor não foi preso, mas foi alvo de mandado de busca e apreensão na segunda fase da Operação Laverna, que investiga influenciadores envolvidos na divulgação de rifas clandestinas e jogos de aposta como o popular “Jogo do Tigrinho”. A defesa afirma que os sorteios são “regulamentados” e que todos os ganhadores foram premiados.

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    Movimentação milionária em microtransações

    Em coletiva nesta sexta-feira (21), o delegado Ayslan Magalhães informou que o influenciador movimentou R$ 1,1 milhão apenas no período analisado pela investigação. Durante a operação, os policiais apreenderam dois carros de luxo na casa dele e na residência da mãe.

    Ele teve uma ascensão patrimonial muito rápida. Trabalhava em oficina em 2022, comprou uma casa de R$ 500 mil e abriu uma loja de motos”, afirmou o delegado.

    A Secretaria de Segurança Pública do Piauí apontou que os valores foram movimentados em pequenas cotas — de R$ 0,02 a R$ 20 — enviadas por mais de 3 mil pessoas, padrão comum em rifas clandestinas.

    Um dos pontos que chamou atenção dos investigadores foi o caso de um participante que ganhou duas vezes o mesmo tipo de rifa. Estatisticamente, a probabilidade é de 1 em 1 milhão a 1 em 10 milhões.

    Alegação de destino beneficente será investigada

    O sistema de rifas só é legal quando toda a arrecadação é destinada a entidades beneficentes. Vitor afirma que o dinheiro era enviado à Apae de Parnaíba. Mas, segundo o delegado, ainda não há comprovação:

    Quem promove a rifa tem que ser entidade sem fins lucrativos. A pessoa teve finalidade financeira. Vamos investigar se houve repasse e quanto foi destinado à Apae”, disse Ayslan.

    Influenciadores usavam vídeos manipulados

    A Operação Laverna também identificou que os influenciadores utilizavam vídeos manipulados, depoimentos falsos de “ganhadores”, discurso motivacional e links personalizados para induzir seguidores a apostar, estimulando expectativas irreais de lucro.

    Outros investigados também apresentaram movimentações financeiras incompatíveis com suas rendas:

    • Sara Costa dos Santos (Sarah Brenna): R$ 1.311.784,32
    • Lucimayre Magalhães Brito: R$ 213.606,60
    • Luiz Carlos Morfim Júnior: R$ 637.783,14
    • Antônio Shaul Hinminisses (marido de Sarah): R$ 1.664.582,01

    Os suspeitos podem responder por estelionato, indução do consumidor a erro, loteria não autorizada e lavagem de dinheiro. A Justiça determinou ainda o bloqueio de valores em contas bancárias, apreensão de passaportes e remoção de conteúdos ilegais.

    Nota do influenciador

    A assessoria jurídica de João Vitor divulgou nota afirmando que as rifas são autorizadas pela Loteria da Baixada, auditadas e regulamentadas. Também reforça que todos os ganhadores receberam seus prêmios.

    Fonte: G1 Piauí    

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