A pensionista Lidia Clarinda de Souza, de 84 anos, moradora de Humaitá, no interior do Amazonas, identificou recentemente descontos indevidos em sua pensão do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que perduraram por quase três décadas. Analfabeta, ela contou com a ajuda do neto para acessar os extratos de pagamento e descobrir os débitos mensais que começaram em maio de 1996 e se estenderam até abril de 2025. As informações são do g1.
A surpresa veio quando descobriram que, desde maio de 1996 até abril de 2025, valores mensais eram subtraídos do benefício sob rubricas como “consignado” e, mais tarde, “Contrib/Sind Contag”, referência à Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura. Ao todo, os descontos somaram R$ 4.194 — sem correção monetária.
“Ela nunca concordou com isso e jamais aceitaria. Ela sempre precisou de cuidados médicos e gasta muito com remédios. Cada centavo faz falta”, afirmou o neto Natanael de Souza Alecrim, agente de vendas.
Este caso veio à tona em meio às investigações sobre um esquema de fraudes em benefícios previdenciários, que, segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), afetou especialmente pessoas vulneráveis, como moradores de zonas rurais, pessoas com deficiência e analfabetos.
O INSS e o Ministério da Previdência estão trabalhando para identificar e ressarcir os beneficiários afetados por descontos não autorizados.
A Polícia Federal e a CGU continuam as investigações para responsabilizar os envolvidos nas fraudes e recuperar os valores desviados.
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