A Copa do Mundo é muito mais do que o que acontece dentro de campo. Por trás de cada lance decisivo, existe uma engrenagem tecnológica complexa, operando sob pressão máxima para levar emoção, precisão e narrativa a bilhões de telespectadores ao redor do planeta. Em 2026, esse desafio atinge um novo patamar com a maior edição da história do torneio.
O Brasil entra em campo em busca do tão sonhado hexa, após 24 anos sem conquistar o Mundial. Caso o título não venha, o jejum se igualará à maior seca da história da Seleção desde a vitória no primeiro campeonato, em 1958, um dado que amplia a carga simbólica e a expectativa em torno da equipe.
Disputada nos Estados Unidos, Canadá e México, a Copa de 2026 será a primeira com 48 seleções, novo formato de grupos e logística ampliada. O torneio terá início no dia 11 de junho, com a final marcada para 19 de julho, em Nova Jersey. A organização já considera partidas concentradas em horários noturnos, estratégia pensada para atender às principais audiências globais e maximizar o alcance da transmissão.
Nos bastidores, o evento deve consolidar avanços tecnológicos capazes de interferir diretamente no resultado das partidas. Estão previstas evoluções no VAR, com decisões mais rápidas e maior integração a imagens em ultra-alta definição, além do uso ampliado do impedimento semiautomatizado, sensores na bola, inteligência artificial e análise de dados em tempo real.
“A tecnologia deixou de ser apenas apoio e passou a interferir na dinâmica do jogo. Uma decisão de VAR, o tempo de checagem ou a clareza da imagem podem mudar completamente o rumo de uma partida”, afirma o engenheiro de televisão Jeferson Elias.
Segundo o especialista, fatores técnicos fora do campo também impactam o desempenho esportivo. “Iluminação, posicionamento de câmeras, atraso mínimo de sinal e até a climatização dos estádios influenciam o ritmo do jogo e a leitura da arbitragem. Tudo precisa estar calibrado”, explica.
A expectativa em torno da comissão técnica da Seleção também faz parte do cenário. Com o italiano Carlo Ancelotti frequentemente citado como possibilidade futura no comando do time, cresce a atenção sobre uma eventual mudança de perfil tático e de gestão do elenco. “Um treinador com experiência internacional traz outra leitura de jogo, e isso impacta desde o posicionamento em campo até a forma como o espetáculo é apresentado”, avalia Jeferson.
Com experiência em Olimpíadas e Paralimpíadas, eventos que reúnem delegações de diversas partes do mundo e demandam produções altamente complexas, o engenheiro destaca que essa vivência é decisiva. “São operações simultâneas, sob pressão máxima, muito próximas do que veremos em uma Copa do Mundo desse porte”, afirma. “A Copa do Mundo é o auge da transmissão esportiva. Cada detalhe técnico ajuda a contar a história do jogo e a transformar 90 minutos em um espetáculo global”, conclui.
Sobre Jeferson Elias
Jeferson Elias é engenheiro de televisão com mais de 15 anos de experiência em emissoras e eventos de grande porte. Atuou como Supervisor de Engenharia da TV Globo, gerenciando equipes e demandas técnicas de programas como Vídeo Show, Mais Você e Estrelas. Entre 2008 e 2013, foi Operador de Câmera no Projac e em coberturas externas da Globo Rio, além de trabalhos para SBT e Multishow. Especializou-se como operador de robôs de câmera e integrou transmissões do SporTV nas Olimpíadas e Paralimpíadas de 2021, Copa América, Campeonatos Brasileiros (2021–2024) e Rock in Rio 2022.
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