Manaus (AM) – Na manhã desta quinta-feira (20), são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgou dados sobre a violência no estado do Amazonas, que ocupa a terceira posição entre os estados mais violentos do país. De acordo com o relatório, a taxa de Mortes Violentas Intencionais (MVI) no Amazonas é de 38,8 mortes por 100 mil pessoas, abrangendo homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, mortes de policiais e mortes decorrentes de intervenção policial.
Em 2022, o Amazonas registrou 1.531 mortes violentas, representando uma redução de 9,3% em relação ao ano anterior, quando foram registradas 1.672 mortes violentas.
A capital Manaus também enfrenta problemas de violência, ocupando a 23ª posição na lista das 50 cidades mais violentas do país, com uma taxa de 53,4 mortes por 100 mil pessoas.
Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022 revelam que o perfil das vítimas de mortes violentas intencionais pouco se alterou em comparação com anos anteriores. Em média, 91,4% das vítimas são homens, enquanto 8,6% são mulheres. Além disso, 99,2% das vítimas de mortes em intervenções policiais são do sexo masculino.
Violência na Amazônia Legal
A região da Amazônia Legal que agrega Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, e a Amazônia Oriental, composta, por exclusão, pelos Estados do Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso — tem sofrido com o aumento da violência. Considerada estratégica pelo crime organizado pela proximidade com os principais produtores de cocaína do mundo (Bolívia, Peru e Colômbia) e com uma área de difícil fiscalização, a região passou a ser disputada por diferentes grupos criminosos.
Dois fatores podem explicar o crescimento da violência letal na região da Amazônia Legal, segundo os pesquisadores:
- A intensa presença de facções do crime organizado e de disputas entre elas pelas rotas nacionais e transnacionais de drogas que cruzam a região;
- O avanço do desmatamento, garimpos ilegais e a intensificação de conflitos fundiários, que resulta também no crescimento da violência letal.