Pais e familiares de Benício Xavier, de 6 anos, e Pedro Henrique Falcão, de 1 ano e 7 meses, realizaram um protesto na manhã deste sábado (13) em frente a um hospital particular de Manaus. A manifestação reuniu parentes, amigos e apoiadores que denunciam falhas graves em atendimentos médicos que teriam levado à morte das duas crianças em situações distintas.
O caso de Benício ocorreu na madrugada do dia 23 de novembro, após o menino dar entrada em uma unidade hospitalar da capital com suspeita de laringite. Durante o atendimento, foi prescrita a aplicação de adrenalina por via intravenosa, quando o protocolo indicado seria por nebulização. A criança não resistiu e morreu horas depois. A médica responsável chegou a admitir o erro em documento enviado à Polícia Civil do Amazonas e em mensagens nas quais pediu auxílio a outro profissional, mas a defesa sustenta que a confissão foi feita “no calor do momento”.
Já Pedro Henrique morreu no dia 11 de novembro durante um procedimento cirúrgico realizado na maternidade do Hospital Municipal Eraldo Neves Falcão, em Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas. Segundo a mãe, Stefany Falcão Lima, o óbito teria sido causado por uma dosagem excessiva de anestesia. Diante das suspeitas, o corpo da criança foi exumado na última quinta-feira (11), a pedido da Polícia Civil, para a realização de novos exames periciais.
Durante o protesto, familiares exibiram cartazes, pediram justiça e cobraram maior rigor na apuração dos casos. As famílias afirmam que não se trata de episódios isolados, mas de falhas que, segundo elas, poderiam ter sido evitadas com protocolos mais rigorosos e fiscalização adequada.
Nota do Hospital Santa Júlia
Em nota oficial, a direção do Hospital Santa Júlia informou que recebeu a manifestação com respeito e reiterou solidariedade à família de Benício Xavier. A instituição destacou que está colaborando integralmente com as investigações conduzidas pelas autoridades, disponibilizando prontuários, documentos e equipes para esclarecimento dos fatos.
“O momento pede serenidade para que o processo investigativo ocorra com rigor técnico e imparcialidade, garantindo que todas as conclusões se baseiem em evidências e laudos oficiais”, diz um trecho da nota, que também reforça o compromisso do hospital com a ética, a transparência e o cuidado humano.
Os dois casos seguem sob investigação da Polícia Civil do Amazonas. As famílias afirmam que continuarão mobilizadas até que haja esclarecimento completo dos fatos e eventual responsabilização dos envolvidos.
