O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (29) que os EUA atacaram e destruíram uma zona de atraque de embarcações na Venezuela, supostamente utilizada pelo narcotráfico internacional. Se confirmado, o episódio representa o primeiro ataque conhecido em solo venezuelano desde o início da campanha militar americana contra o crime organizado na América Latina.
Segundo Trump, a ofensiva teve como objetivo neutralizar “uma grande instalação” localizada na costa. O presidente não especificou se se tratou de uma operação recente, nem forneceu a localização exata. Casa Branca, Pentágono e CIA não comentaram oficialmente.
“Atacamos todas as embarcações e agora atacamos a zona de atraque… e já não existe”, teria afirmado Trump, segundo o jornal The New York Times.
Escalada militar e impacto regional
A Venezuela voltou ao centro do tabuleiro geopolítico em 2025, após os Estados Unidos mobilizarem mais de 20% de suas tropas navais para o Caribe sob a justificativa de combater o narcotráfico. O contingente inclui porta-aviões, navios de guerra, submarinos nucleares, drones e unidades especiais.
Embora Washington alegue combate ao crime transnacional, analistas internacionais interpretam a ação como pressão política direta contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro, que é chamado de “ditador” pela diplomacia americana. Relatórios independentes sugerem intenção de desestabilizar o governo de Caracas.
Além de operações marítimas, os EUA bloquearam petroleiros sancionados, apreenderam embarcações e intensificaram bombardeios sobre barcos suspeitos em águas internacionais. Segundo fontes internacionais, mais de 25 ataques ocorreram em 2025, resultando em mortes não confirmadas oficialmente e alvo de investigação em órgãos multilaterais.
ONU e comunidade internacional criticam
Especialistas ligados ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) classificam o bloqueio naval como agressão armada ilegal, por não haver respaldo jurídico internacional.
Para peritos consultados, o caso pode configurar violação da Carta da ONU, especialmente o artigo 51, que define parâmetros de legítima defesa e proíbe sanções unilaterais com uso de força.
Rússia e China denunciaram o que chamam de “comportamento de cowboy” e acusam Washington de agir “à margem do direito internacional”. O embaixador venezuelano Samuel Moncada afirmou que o país enfrenta “intimidação e coerção militar”.
