O Rio Negro mantém o ritmo de recuperação em Manaus (AM) e está subindo 18 cm por dia. Nesta terça-feira (19), a cota chegou a 13,98 m, segundo dados apresentados no 48º Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). Os níveis também estão em processo de subida nos rios Amazonas, Madeira e Purus. Apesar disso, as cotas estão abaixo do que é considerado normal para o período.
Já no Rio Solimões, em Tabatinga (AM), que é a cabeceira da bacia, o nível voltou a descer e está na marca de 1,74 m. “Foram observadas descidas de 14 cm por dia no Alto Solimões na semana passada e esse comportamento ainda pode impactar o ritmo de recuperação de outros trechos. Para os próximos dias, já podemos prever elevações menores e certa estabilidade em Manacapuru e em Manaus”
Observamos descidas de 14 cm por dia no Alto Solimões e esse comportamento pode impactar o ritmo de recuperação desta calha, inclusive influenciando também as subidas em Manaus. Para os próximos dias, já podemos prever elevações menores e certa estabilidade no Rio Negro”, explica a pesquisadora Jussara Cury, superintendente regional de Manaus.
Rio Madeira passa dos 3 m em Porto Velho (RO)
Após enfrentar a pior seca da história, o Rio Madeira tem subidas acentuadas em Porto Velho (RO) e já está na marca de 3,17 m. O cenário confirma as projeções do SGB. As análises apresentadas no final de outubro indicavam que o Madeira poderia ficar abaixo dessa cota crítica de 3 m até a primeira quinzena de novembro. No mês passado, a estação registrou a mínima histórica de 19 cm.
O cenário nos rios da Bacia do Rio Amazonas pode ser acompanhado no 48º Boletim de Monitoramento Hidrológico.
Apoio aos municípios
Além dos Sistemas de Alerta Hidrológico, o SGB oferece aos gestores públicos o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS). Esse é o principal banco de dados sobre poços no Brasil, que pode ser usado para identificar fontes de abastecimento.
O SGB também mapeia áreas de risco geológico para identificar e gerar informações sobre áreas dos municípios que podem sofrer perdas e danos por eventos de natureza geológica. Esse trabalho é importante para a tomada de decisões que ajudem a reduzir riscos, prevenir desastres e apoiar o ordenamento territorial.
Parceria
O monitoramento dos rios é feito a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações para gerar informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, gestão dos recursos hídricos e pesquisas. As informações são disponibilizadas na plataforma SACE.