Londres – O Reino Unido anunciou um investimento de 80 milhões de libras, cerca de R$ 500 milhões, no Fundo Amazônia, que tem como objetivo combater o desmatamento e promover a sustentabilidade na região. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro Rishi Sunak, durante reunião Lula da Silva, em Londres.
O Brasil é o quarto país que mais recebe recursos do International Climate Finance (ICF), principal programa britânico para financiamento de projetos na área ambiental, com recursos de 260 milhões de libras, cerca de R$ 1,4 bilhão.
Lula agradeceu ao premiê britânico pelo aporte ao Fundo Amazônia e afirmou que este é o momento de “tentar restabelecer uma normalidade” nas relações entre o Brasil e o Reino Unido. Para o presidente, há “possibilidades enormes” de aumento das trocas comerciais entre os dois países.
No ano passado, o comércio bilateral movimentou US$ 6,5 bilhões, alta de 15% em comparação com 2021. As exportações brasileiras para os britânicos somaram US$ 3,7 bilhões, porém representam menos de 2% do total das vendas externas do país. As importações foram US$ 2,8 bilhões. O saldo é favorável ao Brasil. As áreas com mais investimento do Reino Unido são extração, financeira e transporte.
O Fundo Amazônia foi criado em 2008 e é gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O governo brasileiro tem autonomia para decidir sobre a aplicação do dinheiro, mas depende das decisões de duas instâncias: Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) e Comitê Técnico do Fundo Amazônia (CTFA).
Diversas instituições são financiadas pelo fundo, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os corpos de bombeiros militares (em seus programas de proteção florestal) e órgãos ambientais estaduais. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável pelo monitoramento ambiental por satélites, também é apoiado pelo fundo. Além disso, os governos dos estados podem ter projetos aprovados, como o governo amazonense, que recebeu R$ 17,5 milhões para reflorestamento no sul do estado, região sob intensa pressão de desmatamento.
Recentemente, os Estados Unidos anunciaram um aporte de US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia em cinco anos. O financiamento, voltado para a proteção ambiental, ainda deve ser negociado pelo presidente norte-americano, Joe Biden, com o Congresso do país.

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