Manaus (AM) – “Viemos resgatar e mostrar um pouco do batuque da periferia”. O grito de entusiasmo e resistência é do percussionista Edson Azevedo, popularmente conhecido como Mestre Edson, ao falar do projeto ‘Batuques da Periferia’, com objetivo de inserir jovens e adolescentes no contexto musical da toada do boi-bumbá, bem como o samba e axé.
A iniciativa tem incentivo da Lei Aldir Blanc, do Governo Federal, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de Parintins. Sob o comando de Edson Azevedo, direção geral de Glaedson Azevedo e do maestro Edson Júnior, pai e filhos, respectivamente, foi realizada uma oficina de percussão que contou com a presença de 30 ritmistas, divididos entre jovens e adolescentes da área periférica dos bairros União e Itaúna II, Palmares entre outros na Ilha Tupinambarana.
O resultado da oficina será apresentado neste sábado (4), na escolinha de arte Irmão Miguel de Pascale, do Boi Caprichoso, a partir das 19h, em Parintins, com entrada gratuita. Edson classificou o projeto como inédito e destacou a metodologia usada para ensinar os jovens ritmistas a cultura parintinense.
“O projeto traz o ineditismo como sua principal justificativa, pois pretende formar 30 ritmistas dentro da sua própria comunidade com o direito ao conhecimento teórico e prático. A formação teórica ocorreu através dos ensinamentos da leitura de notas rítmicas que, a priori, serão executadas apenas com as mãos e logo após isso ocorrerá através do contato de batuques em superfícies. Posteriormente, a formação prática será realizada através do contato físico com os instrumentos. Os instrumentos bases a serem utilizados na execução do projeto serão o tambor, a caixinha, a palminha, o repique e o rocar. Como resultado final haverá a apresentação de um repertório com três ritmos diferentes finalizando com duas toadas, ritmo predominante da cultura parintinense”, disse.
Durante a apresentação, além do boi-bumbá, os participantes do projeto vão apresentar outros gêneros musicais, como axé e o samba.
“Nós viemos resgatar e mostrar um pouco do batuque da periferia, onde nós vamos fazer um encontro de ritmos de culturas tocadas, como o boi bumbá, a nossa cultura, como axé music, como o samba-enredo e uma apresentação da nossa bateria, dessa nova geração que está vindo. Nós buscamos pessoas da periferia para que pudessem fazer parte do nosso projeto. E nós estamos muito felizes em participar desse projeto como proponente, na qual nós viemos resgatar, percussionista, para que nós possamos sempre estar fortalecendo essa nossa ideia de percussão, onde vamos mostrar um pouco da musicalidade percussiva nesses diversos ritmos”, reitera.
Sobre Edson Azevedo
Nascido em Parintins, Edson Azevedo é reconhecido pela Secretaria Municipal de Cultura como Mestre da Cultura. Além disso, sua história vivida no universo cultural está presente e registrada no Museu da Pessoa.
Edson é ritmista que domina a caixinha e faz com que o ritmo ganhe notas e sonoridades mais expressivas na releitura de toadas antigas, filho do mestre de cultura Mário Azevedo de família tradicional do Boi Caprichoso.
Integrante fundador do Grupo Sangue Azul, primeiro grupo musical de toadas em Parintins, gravou a primeira fita K7 de toadas e o primeiro LP do Boi Caprichoso, gravou o primeiro CD Duplo de Toadas com o grupo Azul e Branco, grupo tradicional de Parintins.