Preço da corrida com carro de aplicativo pode aumentar com regulamentação, alerta advogada
Preço da corrida com carro de aplicativo pode aumentar com regulamentação, alerta advogadaPortal Remador

Da Redação do Remador

O Projeto de Lei que regulamenta o trabalho de motoristas de aplicativo, como Uber e 99, desagradou parte da categoria por gerar muitas dúvidas, principalmente, sobre garantia de direitos e modelo de remuneração. As novas regras na relação motorista e empregador introduzem a categoria como “trabalhadores autônomos por plataforma”. A advogada trabalhista Aline Laredo alerta que ao criar uma contribuição aos empregadores, ou seja, mais um encargo, corre-se risco de o consumidor ser onerado pelo aumento no preço da prestação do serviço.

De acordo com a advogada trabalhista, o texto enviado ao Congresso Nacional em regime de urgência reconhece a categoria como autônoma, mas inclui os trabalhadores no INSS através de nova classificação de recolhimento em 7,5% sobre os 25% faturados, e, ainda deixa a cargo do sindicato (que deverá ser criado para essas categorias) outras negociações que não foram colocadas no PL.

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“O assunto é muito confuso. Não houve na legislação uma resposta que a categoria estava esperando. Em uma análise inicial, ela é ‘muito pobre em direitos’, principalmente, com relação a segurança e ao valor da remuneração que eles recebem. No entanto, a Lei foi muito pesada nas fiscalizações e obrigações, além de uma preocupação muito grande sobre a previdência social desse motorista”, destacou.

A Lei prevê uma renumeração mínima de R$ 32,09 por hora trabalhada, tempo máximo por dia em cada plataforma e contribuição previdenciária obrigatória.

A categoria alega que a remuneração deveria continuar sendo por quilômetro rodado e é nesse ponto que o poder público deveria intervir. Segundo Aline Laredo, a preocupação dos trabalhadores sempre foi com a divisão de valores entre motorista e plataforma e sobre a transparência sobre a forma como é feita esse cálculo.

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Previdência Social

Outra polêmica é que o Governo Federal quer que os motoristas recolham o INSS pagando uma alíquota de 27,50% (7,5% pago pelos motoristas e 20% recolhido pelas operadoras). Já a Federação Brasileira de Motoristas de Aplicativos (Fembrapp) entende que a contribuição deve ser de modo simplificado, como microempreendedores individuais (MEI) ou como contribuintes individuais, o que diminuiria a burocracia e simplifica a cobrança.

“Essa Lei trouxe com muita força a questão da contribuição para a aposentadoria. Vale lembrar que a obrigatoriedade do autônomo como contribuinte individual já existe, então essa legislação une vários trechos de outras leis que já vigoram e cria uma categoria nova. A questão da contribuição pode ser positiva aos trabalhadores já que o recolhimento previdenciário cuida da cobertura não só da aposentadoria, mas também em caso de acidente ou doença, no entanto, o Governo está partindo do principio de que todos os motoristas que fazem cadastros nas plataformas querem ter isso como um “emprego” e que querem trabalhar de forma integral e isso não é verdade, o que esses motoristas mais prezam é justamente por sua autonomia de estar usando o aplicativo no momento, no horário e na quantidade de horas que quiserem”.

Outro ponto de destaque colocado pela advogada Aline Laredo, é que: “Na estrutura atual temos duas pessoas nessa relação: o motorista e a plataforma, cada um pagando seus impostos da forma já estabelecida, no novo modelo, o governo fará parte dessa relação e aí teremos: motorista, plataforma e governo, pois o PL determina que o governo entrará nessa relação para fazer recolhimentos, ter acesso a todas as informações e dados dessas corridas, valores e cadastro… entra também para fazer fiscalizações e punições.”

Dados

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em 2022, o país tinha 778 mil pessoas trabalhando em aplicativos de transporte de passageiros, o que equivale a 52,2% dos trabalhadores de plataformas digitais e aplicativos de serviços. No Amazonas são, pelo menos, 45 mil trabalhadores segundo a Associação de Motoristas de Aplicativo de Manaus.

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Uber

Em nota, a Uber considera a proposta elaborada pelo Grupo de Trabalho Tripartite do governo federal como um importante marco visando a uma regulamentação equilibrada do trabalho intermediado por plataforma.

“O projeto amplia as proteções desta nova forma de trabalho sem prejuízo da flexibilidade e autonomia inerentes à utilização de aplicativos para geração de renda. A empresa valoriza o processo de diálogo e negociação entre representantes dos trabalhadores, do setor privado e do governo, culminando na elaboração dessa proposta, a qual inclui consensos como a classificação jurídica da atividade, o modelo de inclusão e contribuição à Previdência, um padrão de ganhos mínimos e regras de transparência, entre outros”, diz parte da nota.

O texto, que foi enviado com urgência constitucional, o que dá 45 dias para a Câmara e 45 dias para o Senado analisarem, deverá provocar muitos debates entre parlamentares.

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Diretor de Jornalismo | MTB 1697/AM | E-mail: [email protected] Especializado em Política com cobertura dos bastidores da polítca no Amazonas.

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