Manaus (AM) – A Operação “Dente de Marfim”, deflagrada nesta quinta-feira (22), pela Polícia Federal em conjunto com a Receita Federal e o Ministério Público Federal, tem como objetivo combater crimes de sonegação fiscal, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e corrupção.
A operação mobilizou cerca de 70 policiais federais e operação cumpre 16 mandados de busca e apreensão em locais estratégicos identificados durante as investigações. Além disso, há o bloqueio no valor de R$ 30 milhões das contas bancárias e ativos financeiros, dentre outros bens de 34 pessoas físicas e jurídicas.
A Operação “Dente de Marfim” é a segunda fase da Operação Entulho, iniciada às 6h da manhã desta quinta-feira, 22. A primeira fase foi realizada na última terça-feira, 20, quando foram cumpridos oito mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. A operação também investiga há cerca de três anos uma organização criminosa que atua no esquema de notas fiscais fraudulentas e já sonegou mais de R$ 245 milhões dos cofres públicos.
Durante as investigações, foram delineadas três linhas de trabalho. A primeira delas está relacionada à contratação, em 2016, de uma empresa de conservação, construção e pavimentação, durante a gestão de um ex-prefeito, sem a realização de licitação. Foi identificado que a referida empresa recebia a maior parte de suas receitas por meio desse contrato, ocasião em que foram identificados indícios de emissão de notas fiscais com informações falsas por empresas que prestaram serviços à mencionada empresa, destacando o envolvimento de um escritório de advocacia.
A segunda linha investigativa revela a persistência das atividades ilícitas mesmo após a mudança de gestão municipal. A investigação descobriu que a conexão entre os investigados e a administração municipal não se limitava apenas a negócios contratuais. Foram identificadas nomeações para cargos no âmbito municipal, bem como a troca de favores que envolviam desde o fornecimento de material até a contratação de pessoal, havendo indícios que sugerem pagamento de vantagens indevidas pela empresa ao gestor da secretaria municipal.
A terceira linha investigativa foca na queda da empresa, que não teve seu contrato renovado, bem como no possível envolvimento de um servidor de órgão fiscalizador, com suposta influência nas negociações com a administração pública local.
Mais detalhes do desdobramento da Operação Entulho, que está em andamento na manhã desta quarta-feira em Manaus devem ser divulgados em entrevista coletiva na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal do Amazonas (SRPF/AM) no final da manhã de hoje.