quinta-feira, 21 de novembro de 2024 | 20:45:21

Brasília (DF) – A Polícia Federal (PF) deve entregar nesta quinta-feira (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório final de uma investigação que apura supostos esforços para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022. A expectativa é que cerca de 40 pessoas sejam indiciadas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados próximos.

O documento será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, que decidirá os próximos passos antes de encaminhá-lo ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. O ex-presidente pode enfrentar acusações unificadas com outros casos em andamento, como a suposta fraude no cartão de vacinação e o caso das joias sauditas.

A PF aponta que Bolsonaro teria liderado reuniões para discutir um plano que envolvia decretar Estado de Defesa e invalidar o resultado eleitoral. Entre as acusações estão tentativa de golpe de Estado, dissolução violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Planos revelados e envolvimento militar

De acordo com a investigação, Bolsonaro teria promovido encontros para debater estratégias golpistas, com a participação de comandantes das Forças Armadas. Em um desses encontros, no Palácio da Alvorada, chegou-se a redigir uma minuta para instaurar Estado de Defesa.

Relatos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica reforçam a suspeita. Marco Antônio Freire Gomes, então chefe do Exército, teria alertado que prenderia Bolsonaro caso o plano fosse adiante. Já o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, supostamente ofereceu apoio ao ex-presidente, mas preferiu se calar em depoimento à PF.

Tentativa de assassinato e delação premiada

As investigações se intensificaram com a Operação Contragolpe, realizada nesta semana. A operação prendeu quatro militares e um policial federal suspeitos de planejar o assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. A reunião para organizar o atentado teria ocorrido na casa do general Walter Braga Netto, que foi ministro e candidato a vice de Bolsonaro.

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também está no centro das atenções. Ele é acusado de omitir informações em sua delação premiada, o que pode levar à sua anulação e resultar em uma nova prisão.

Impactos políticos

O relatório, que será entregue ao STF, marca um momento decisivo para o futuro de Bolsonaro e seus aliados. As acusações, se confirmadas, podem acarretar penas severas e reforçam a gravidade dos atos atribuídos ao grupo investigado. As revelações destacam também o papel de membros das Forças Armadas no esquema, com consequências que prometem influenciar as relações políticas e institucionais do país.

Com informações do Valor

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