Nesta segunda-feira, 2, o deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) repercutiu na tribuna do Legislativo que a Organização Social de Saúde (OSS) contratada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) para administrar o Hospital e o Instituto da Mulher Dona Lindu receberá um aporte financeiro inicial de mais de R$ 31 milhões (31.274.737,29). O parlamentar criticou a decisão do governo em não utilizar diretamente esses recursos para quitar dívidas com fornecedores, em vez de repassá-los à empresa que vem sendo alvo de investigações no Goiás.
Em Sessão Ordinária, Wilker Barreto voltou a questionar a falta de transparência do processo e alertou sobre os riscos de corrupção associados à contratação da Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (Agir). O deputado destacou o fato de a empresa receber antecipadamente altos valores sem ter prestado qualquer serviço, ressaltando que essa prática reflete a marca de desmandos e irregularidades do atual governo.
“Essa Organização Social de Goiás, que nunca botou 1 centavo no Amazonas, vai assumir o 28 de Agosto já recebendo sem prestar um serviço. São R$ 31 milhões do povo do Amazonas. Quem é que paga por serviço na frente? Isso é uma vergonha. Acreditem e anotem: vai ficar pior. Porque Organização Social e corrupção andam lado a lado. Como corrupção é a marca do governo Wilson Lima, está todo mundo em casa”, declarou.
Modelo de gestão
Vale destacar que a Agir iniciará suas atividades sem a necessidade de desembolso financeiro próprio, ou seja, a execução de suas funções será realizada com recursos previamente alocados, sem que a empresa precise investir qualquer quantia para o início da gestão. Tal modelo, ao transferir a responsabilidade pela administração à referida empresa sem qualquer contrapartida inicial, evidencia a facilidade de obter valores exorbitantes, sem a necessidade de arcar com os custos iniciais, bastando apenas assumir a gestão das unidades.
Wilker Barreto alertou com frequência na tribuna a falta de transparência no processo de contratação da Agir, que tem sido alvo de investigações relacionadas a fraudes, irregularidades no uso de verbas públicas e envolvimento em práticas de perseguição e assédio. Além disso, a referida empresa vem sendo amplamente criticada pela falta de transparência e inadequada condução de suas atividades.
O deputado também denunciou e repudiou a contratação de OSS investigada em escândalos de corrupção no Rio de Janeiro e Paraíba para gerir hospital em Lábrea, onde médicos estão há 3 meses sem receber. Além do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), responsável pela gestão da UPA Campos Salles e Hospital Delphina Aziz, que recebeu por transplantes renais não realizados.