Belém, 4 de novembro de 2025  Nesta terça-feira (4), às 16 horas, será lançada, em um coquetel de inauguração, a exposição do projeto Joias da Amazônia. Realizado pelo Instituto Elabora Social, com patrocínio da Hydro, o programa capacitou gratuitamente, ao longo de três meses, mulheres artesãs e designers de biojoias no Pará para a criação de uma coleção a ser apresentada durante a COP30.
 

Com apoio institucional do Sistema FIEPA (Federação das Indústrias do Estado do Pará), e da Jornada COP+, a formação reuniu 14 mulheres de diversas regiões do estado, incluindo comunidades quilombolas, ribeirinhas e extrativistas. O projeto ofereceu uma formação completa, técnica e teórica, promovendo os saberes tradicionais e a rica biodiversidade da Amazônia, e auxiliando as participantes no desenvolvimento de novas habilidades e no amadurecimento de seus próprios negócios.
 

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A exposição, aberta ao público, estará disponível até o dia 28 de novembro, na Casa SESI Indústria Criativa (Av. Cmte. Brás de Aguiar, 607 – Nazaré), um imóvel histórico que será reinaugurado no dia 3 de novembro, pelo Sistema FIEPA e Jornada COP+, com apoio da Hydro, para atender eventos durante a Conferência.
 

Todas as artesãs utilizam matérias-primas da Amazônia em suas composições, como sementes e fibras vegetais, escamas de peixe, borracha, ouriço da castanha e madeira, somadas ao alumínio reciclado oriundo de ferros-velhos. Outras peças desenvolvidas pelas participantes ficarão disponíveis para comercialização em pontos de venda espalhados por Belém.


“Essa é uma iniciativa muito importante para nós, pois demonstra nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável da Amazônia e das regiões onde atuamos, por meio do incentivo à capacitação profissional, empreendedorismo e geração de renda, unida à preservação e valorização da biodiversidade”, afirma Eduardo Figueiredo, diretor executivo do Fundo Hydro e vice-presidente sênior de Sustentabilidade e Impacto Social na Hydro.
 

Saberes tradicionais – Moradora do Quilombo Boa Vista, o primeiro a ser titulado como território quilombola no Brasil, em Oriximiná, na região do Baixo Amazonas, Josane Santos é artesã desde os 10 anos. Ela ingressou neste ramo por influência de sua mãe e sua avó, que desenvolviam artes misturando a ancestralidade indígena, com a cerâmica Konduri, e africana, com tecidos capulanas.

Inspirada em um sonho que teve com seu avô falecido, sua obra mistura a cerâmica e o tecido com sementes de açaí e alumínio. “Neste sonho, que aconteceu logo quando ele faleceu, o encontrei. Ele me deu um abraço e disse para eu ficar tranquila e não chorar, pois estava bem. É uma peça que busca simbolizar o conforto e esperança que esse sonho me trouxe, e eternizar as raízes da minha família, que são minha base”, afirma a artesã.
 

Atualmente, Josane comercializa as joias em feiras de sua região e nas redes sociais. Com o programa, ela busca amadurecer o próprio negócio com sua marca e identidade. “Desejo constituir minha própria empresa de biojóias voltadas para minha ancestralidade. Hoje tenho dificuldade na produção, porque todos os materiais são feitos à mão, e na comercialização, porque temos poucos pontos de venda na minha região, mas o programa tem me ajudado a solucionar esses problemas, abrindo acesso a novos mercados e técnicas”, conta.
 

Da comunidade aldeia Suruacá, localizada na localizada na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, em Santarém, ainda no Baixo Amazonas, Luciene Farias também encontrou no Joias da Amazônia um caminho para o crescimento. Trabalhando com artesanato desde os 14 anos, ela busca, com o apoio do projeto, estruturar seu negócio e atrair mais visibilidade para o trabalho de sua comunidade, que reúne populações ribeirinhas, quilombolas e indígenas.
 

Luciene está à frente do grupo de artesãs “Canto da Sereia”, que comercializa suas peças em feiras locais e por meio de uma loja parceira, que leva parte de sua produção para todo Brasil pelas redes sociais. “O programa nos deu uma orientação incrível, com técnicas que não conhecíamos. Espero que esse apoio nos ajude a conseguir acessar mais espaços para produzir e comercializar nossas peças, mostrando que é possível gerar renda preservando a natureza”, relata.
 

Por ser oriunda de uma reserva extrativista de látex, Luciene sempre trabalhou com esse material em seus artesanatos. A obra que ela está desenvolvendo para o programa é um colar feito de fios de látex com sementes diversas cultivadas em sua região, que leva o nome de “Canto da Sereia”, como forma de homenagear seu grupo e a diversidade de ecossistemas de sua região, que reúne praias, igarapés e florestas.
 

“A obra foi pensada para mostrar a grandeza e a biodiversidade da Amazônia por meio de elementos típicos da região. Ao revestir um fio de algodão com látex conseguimos simular um cipó, um símbolo importante da nossa floresta”, detalha.  
 

Para a Hydro, apoiar o Joias da Amazônia é investir no potencial transformador da bioeconomia e no protagonismo feminino. “Queremos que cada vez mais mulheres tenham condições de viver dignamente do seu trabalho. Este projeto é um exemplo de como a união entre indústria, cultura e saberes tradicionais e sustentabilidade pode gerar um impacto positivo e duradouro para as pessoas e para a Amazônia”, finaliza Figueiredo.
 

De modo a aprofundar essas discussões sobre bioeconomia e protagonismo feminino na Amazônia, produtoras e agentes envolvidos na organização do programa estarão reunidas em uma roda de conversa no dia 12/11, das 9 às 12 horas, na Casa SESI Indústria Criativa. Confirme presença até 7/11 neste link.
 

Serviço
 Exposição Joias da Amazônia
 Local: Casa SESI Indústria Criativa (Av. Cmte. Brás de Aguiar, 607 – Nazaré – Belém)
 Data e Hora: 05/11 a 28/11, das 9 às 18h (terças e sextas-feiras); e das 9 às 13h (sábados e domingos)

Sobre a Hydro:

A Hydro é uma empresa líder em alumínio e energia renovável, comprometida com um futuro sustentável. Com o objetivo de criar sociedades mais viáveis, desenvolve indústrias que importam para as pessoas e para a sociedade. Desde 1905, a Hydro transforma recursos naturais em soluções e negócios relevantes de forma inovadora, criando um local de trabalho seguro para 33.000 empregados em mais de 140 unidades e 40 países. No Brasil, a Hydro está presente em toda a cadeia de valor do alumínio, com quase 7 mil empregados. Atuando desde a extração de bauxita, produção de energia renovável, refino de alumina, produção de alumínio e extrusão, oferece conhecimentos e competências únicas para indústrias da construção, automotiva e de embalagens, entre outras.

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