Continua depois da publicidade

Apesar do crescimento da presença feminina no setor de tecnologia nos últimos anos, as mulheres ainda ocupam uma parcela pequena das vagas disponíveis. Para mudar esse cenário, a Fundação Desembargador Paulo Feitoza (FPFtech) lançou o programa Mulheres em Tech, uma iniciativa voltada à capacitação e inclusão de mulheres no mercado tecnológico por meio de mentorias, workshops, palestras e atividades práticas.

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a participação feminina no setor de tecnologia cresceu 60% entre 2015 e 2022. No entanto, os homens ainda ocupam 83,3% das vagas, enquanto as mulheres representam apenas 12,3%. Um levantamento da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais) mostra que essa presença feminina vem crescendo 7,7% ao ano entre 2020 e 2023, mas a disparidade ainda é evidente.

Na FPFtech, essa realidade não é diferente, mas também já aponta para mudanças significativas. De acordo com Ana Ferreira, gerente de pessoas da instituição, 29% dos colaboradores são mulheres. “A ideia do Mulheres em Tech é justamente criar um ambiente acolhedor para atrair mais mulheres para a área de tecnologia, oferecendo conhecimento, troca de experiências e mostrando que esse é um espaço onde elas podem e devem estar”, explica. Apesar do percentual da participação feminina no quadro geral da FPFtech ainda ser menor, Ana destaca um dado positivo: 50% dos cargos de liderança já são ocupados por mulheres.

A iniciativa Mulheres em Tech nasceu em 2019, impulsionada por colaboradoras da instituição, mas agora foi estruturada para se tornar um projeto contínuo. “Queremos promover workshops, meetups e palestras sobre soft skills e hard skills, além de orientar sobre como entrar nesse mercado de trabalho e se desenvolver na área”, complementa Ana Ferreira.

Exemplos como o de Josiane Bezerra, analista de desenvolvimento na FPFtech, mostram como a presença feminina pode ser fortalecida. Formada em engenharia mecânica, Josiane conta que enfrentou muitos desafios ao ingressar em um campo historicamente masculino, mas encontrou na tecnologia um espaço de crescimento. “Essa é uma área que tem muitas oportunidades para mulheres. É importante buscar informação, conhecer o mercado e investir em capacitação para se destacar”, aconselha.

Juliana Silva, designer há 13 anos na área, também reforça a importância de ocupar esses espaços. “No início da minha carreira, quase não havia mulheres na área de design de tecnologia. Mas quanto mais a gente ocupa esses espaços, mais eles se tornam nossos. A tecnologia oferece um ambiente com mais voz para as mulheres, especialmente em startups e empresas inovadoras”, destaca.

Com a proposta de ampliar a participação feminina e promover a igualdade de oportunidades, o Mulheres em Tech surge como um passo importante para transformar o cenário da tecnologia, mostrando que esse espaço pertence a todos — e que há cada vez mais mulheres prontas para ocupá-lo. É o que reforça a diretora de tecnologia da FPFTech, Andréia Vieira.

Para Vieira, programas como o Mulheres em Tech são fundamentais para fortalecer o ecossistema feminino na área. “Esse tipo de iniciativa fomenta a colaboração e cria uma rede de apoio, permitindo que mulheres troquem experiências e cresçam profissionalmente. Esse fortalecimento é essencial para equilibrar a representatividade no setor”, afirma.

Diretor de Jornalismo | MTB 1697/AM | E-mail: jornalismo@remador.com.br Especializado em Política com cobertura dos bastidores da polítca no Amazonas.

Continua depois da publicidade
Exit mobile version