quarta-feira, 27 de novembro de 2024 | 19:34:21

Colesterol é um dos termos mais populares quando se fala de saúde, mas ainda é rondado por desconhecimento de grande parte da população brasileira. Uma pesquisa feita pela Ipsos a pedido da Novartis traz dados que demonstram isso: 80% dos 1000 entrevistados dizem conhecer o termo “colesterol”, mas apenas 12% sabem, por exemplo, que o colesterol elevado (ou acima do ideal recomendado para o organismo) não gera sintomas aos pacientes.

Acontece que o colesterol ruim (LDL) não controlado é um dos principais vilões da saúde do coração1, cujo dia mundial de conscientização é na próxima sexta-feira (29). “O colesterol ruim (LDL), quando fora do nível ideal de acordo com o risco cardiovascular do paciente, é uma das principais causas de eventos cardiovasculares como infarto do miocárdio e AVC”, Dr. Raul Santos, cardiologista do InCor-HCMFUSP, professor associado da Faculdade de Medicina da USP e ex-presidente da Sociedade Internacional de Aterosclerose (IAS).

De encontro com esse dado, o colesterol ruim (LDL) acaba, na verdade, sendo uma das condições de saúde que menos preocupam os brasileiros, segundo a pesquisa Ipsos. O levantamento pediu aos entrevistados que ranqueassem, de acordo com nível de preocupação, algumas das doenças e condições clínicas mais comuns do dia a dia. Entre as doenças cardiovasculares e metabólicas, lideram o ranking infarto e AVC. Enquanto isso, o excesso de colesterol ruim (LDL) ocupou a última colocação2. “O que acontece é que as pessoas de fato têm certa preocupação com a saúde cardiovascular, mas não enxergam o colesterol ruim (LDL) como um fator fundamental no desenvolvimento dessas condições clínicas que tanto as assustam”, explica o especialista.

O colesterol ruim (LDL) e o coração

Todos os anos, cerca de 400 mil pessoas morrem no Brasil devido a doenças cardiovasculares[1]. Uma das principais causas de todos esses óbitos é o colesterol ruim (LDL) não controlado1. A mudança no estilo de vida, com adoção de dieta e atividade física regular, tem de fato um papel importante na redução do colesterol ruim (LDL)[2], especialmente nos pacientes de baixo e médio risco cardiovascular.

Mas a alimentação é responsável por cerca de apenas 25% do colesterol no sangue [3], então para pacientes de alto e muito alto risco cardiovascular, como aqueles que já tiveram infarto e AVC, essas medidas não são suficientes no controle do colesterol ruim (LDL)[4]. Ainda assim, o levantamento da Ipsos mostra que 50% dos brasileiros acreditam que é possível controlá-lo sem medicação2, mesmo quando um paciente se enquadra em um perfil considerado de alto ou muito alto risco. A alimentação (50%) e a eliminação da ingestão de alimentos gordurosos (58%) ainda aparecem, erroneamente, como as principais formas de cuidar do colesterol ruim (LDL) 2.

“Os pacientes que já sofreram infarto e AVC precisam reduzir o colesterol em pelo menos 50% e manter o colesterol ruim (LDL) sempre abaixo dos 50 mg/dL para diminuírem o risco de um novo infarto ou um novo AVC, e por isso, precisam tomar regularmente seus medicamentos, conforme a orientação do cardiologista“, conta Santos. Hoje, 92,6% dos pacientes que sofreram infarto não estão com o colesterol ruim (LDL) dentre desta meta[5].

O alto índice é refletido nos achados da Ipsos. A pesquisa traz o preocupante dado de que 68% desses pacientes de muito alto risco não sabem que precisam manter o colesterol ruim (LDL) abaixo dos 50mg/dL. Quando a amostra é ampliada e inclui os pacientes com colesterol elevado em geral, só 34% fazem uso de medicação para auxiliar na sua redução2.

“É preciso que médicos e a população como um todo se unam para reiterar a importância de cuidar corretamente do colesterol, de levá-lo de fato a sério para combater tantas mortes que ocorrem ano após ano devido às doenças cardiovasculares”, reforça o médico. As doenças relacionadas ao colesterol ruim (LDL) elevado matam, todos os anos, mais do que todos os cânceres somados[6], sendo responsáveis por quase um terço de todas as mortes no país[7].

A pesquisa foi realizada em dezembro de 2022 com 1000 entrevistados em uma amostra espelhada da população brasileira 18+ das classes A, B e C. A amostra contou com 48% dos participantes do sexo masculino e 52% do sexo feminino. Foram entrevistadas pessoas de todo o Brasil: 49% Sudeste, 20% Nordeste, 17% Sul e 15% das regiões Centro-oeste e Norte.

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