Às vésperas da COP30, que será realizada em Belém (PA), a Rede Comuá destaca a força das soluções locais que vêm sendo desenvolvidas por quilombolas e movimentos comunitários paraenses em defesa da Amazônia e da justiça climática. As experiências, reunidas na plataforma Comuá pelo Clima, demonstram como o enfrentamento à crise passa pela valorização dos saberes ancestrais e pela garantia dos direitos territoriais.
Uma dessas soluções é apoiada pelo Fundo Casa Socioambiental, em parceria com a Rede Comuá, e reflete o protagonismo das comunidades quilombolas do Pará, que articulam justiça climática baseada em saberes ancestrais, associando a defesa de seus territórios à preservação ambiental e à soberania alimentar. Esses grupos mostram, na prática, como os modos de vida tradicionais podem apontar caminhos eficazes e sustentáveis para a mitigação e adaptação climática.
De 2023 a 2024, organizações membros da Rede Comuá destinaram R$ 450 milhões a iniciativas comunitárias em 25 estados, beneficiando cerca de meio milhão de pessoas. No Pará, as comunidades quilombolas atuam no manejo sustentável e na resistência frente ao avanço do desmatamento, fortalecendo redes que unem ancestralidade, preservação ambiental e justiça social.
“As organizações da Rede Comuá apoiam esses grupos e movimentos há décadas, entendendo a mudança climática como transversal a outras agendas importantes de acesso a direitos. As soluções locais são mais assertivas no enfrentamento dos efeitos extremos do clima, já que partem de quem vive nos territórios e são informadas por quem vive a realidade local,” afirma Jonathas Azevedo, da direção executiva da Rede Comuá.
Durante a COP30, a Rede Comuá estará presente com a Casa Sul Global, espaço de articulação de redes do Sul Global, reforçando a urgência de ampliar o financiamento climático para comunidades que já vivem os efeitos da crise. As experiências paraenses serão destaque nesse contexto, mostrando como a Amazônia é território de soluções, não apenas de impactos.
A Casa Sul Global é uma iniciativa da Rede Comuá e da Alianza Socioambiental Fondos del Sur, que se unem para promover diálogos e fortalecer a cooperação entre organizações doadoras e movimentos comunitários da América Latina e do Sul Global.
As comunidades quilombolas do Pará demonstram que o reconhecimento dos povos tradicionais é essencial para que o Brasil avance de modo inclusivo e sustentável em mitigação e adaptação climática.
Sobre a Rede Comuá:
A Rede Comuá reúne organizações doadoras independentes que atuam nas áreas de justiça socioambiental, direitos humanos e desenvolvimento comunitário.


