Com a noite intitulada “Kizomba, a retomada pela tradição”, o Boi Caprichoso elevou ainda mais o padrão de apresentação nesta segunda noite do 58º Festival de Parintins. O segundo espetáculo do bumbá mostrou a grandiosidade do projeto de arena “É Tempo de Retomada” com alegorias gigantescas, performances de itens primorosas e coreografias impecáveis.

A apresentação foi uma grande kizomba (festa, celebração) em defesa dos povos originários, em especial, o povo negro da Amazônia, uma retomada pela ancestralidade. Imponente e impactante, o bumbá trouxe pela arte diversas lutas, resistências e festividades que retratam a cultura amazônica.
“É tão bom quando a apresentação é esplendorosa e magnifica como foi a apresentação do Caprichoso. A gente vê os brincantes confraternizando, felizes, saindo leves. Isso dá um sentimento de dever cumprindo. Isso é muito bom! O Caprichoso sendo Caprichoso!”, avalia a conselheira de arte, Socorro Carvalho.

Kizomba
O primeiro momento alegórico apresentou a Figura Típica “Marandoeiros e Marandoeiras da Amazônia”, exaltando os cantadores de histórias, responsáveis por manter e passar a cultura pelas gerações. Contadores como tia Dora, Seo Dray, o pedreiro, Adolfo Lourindo, Julita Cid, Mestre Waldir Viana, Marujo Marina, dona Siloca e Coracy foram homenageados.

O talentoso artista Alex Salvador criou um dos momentos mais empolgantes da noite com a lenda amazônica “Sacaca Merandolino: o encantador de Arapiuns”. O módulo alegórico central flutuou na arena com a rainha do folclore Cleise Simas, que fez uma grande apresentação de beleza, dança e amor ao boi.
Para fechar a noite, o ritual indígena “Musudi Munduruku, a retomada dos espíritos” declarou a luta do povo Munduruku em retomar seu território e, de forma especial, as urnas funerárias de seus antepassados que foram levados para dar lugar à construção da usina hidrelétrica de Teles Sales (divisa Pará e Mato Grosso). Pajé Erick Beltrão conduziu a cerimônia.
