Manaus/AM — O diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), Juliano Valente, foi exonerado nesta segunda-feira (9), após a Polícia Federal deflagrar uma operação que revelou um esquema de corrupção envolvendo o órgão. Investigações apontam que servidores facilitavam práticas ilegais, como emissão de licenças ambientais fraudulentas e autorizações irregulares para desmatamento, gerando um prejuízo estimado em R$ 1 bilhão.
Nota oficial do governo
Em nota, o Governo do Amazonas informou que está colaborando com as autoridades no esclarecimento dos fatos. Ressaltou ainda que não compactua com práticas ilícitas e determinou o afastamento e exoneração de todos os envolvidos. “O Governo do Amazonas reitera que todas as atividades desenvolvidas pelos órgãos estaduais são pautadas na transparência e legalidade em suas ações”, destacou o comunicado.
Desdobramentos da Operação Greenwashing
A ação policial faz parte da Operação Greenwashing, que investiga um esquema de fraudes fundiárias iniciado há mais de uma década em Lábrea, no sul do Amazonas. A organização criminosa utilizava práticas como a duplicação e falsificação de títulos de propriedade, o que resultou na apropriação ilegal de 538 mil hectares de terras públicas.
Entre 2016 e 2018, o grupo expandiu suas atividades, reutilizando títulos de propriedade e inserindo dados falsos no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF), com apoio de servidores públicos e técnicos. Mais recentemente, nos últimos três anos, o esquema avançou para os municípios de Apuí e Novo Aripuanã, no interior do estado.
Impacto e investigações
Com a deflagração da operação, a Polícia Federal reforça seu compromisso em desarticular organizações criminosas que exploram recursos naturais de forma ilegal e promovem prejuízos ambientais e econômicos. A exoneração do diretor-presidente do IPAAM representa um passo importante no combate à corrupção ambiental no Amazonas.