A divulgação de vídeos que mostram o coronel da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), Marcos Vinicius Poinho Encarnação, espancando sua ex-mulher, Iolanda Martins, em um posto de combustíveis em Manaus, reacendeu o debate sobre violência doméstica envolvendo autoridades. As imagens foram gravadas em 4 de junho, por volta das 5h, e mostram o oficial imobilizando a vítima, derrubando-a ao chão e desferindo diversos socos no rosto.
O caso foi registrado na época, e o coronel foi afastado da corporação. A defesa dele ainda não se manifestou, mesmo após novas solicitações.
Agressões registradas em vídeo
Nas cenas, Encarnação aparece de bermuda verde e camisa preta, pressionando Iolanda contra o chão. Mesmo caída, ela tenta se desvencilhar, chega a empurrá-lo, mas o coronel volta a imobilizá-la e a golpeia repetidamente. Algumas pessoas observam, mas ninguém intervém.
Segundo o advogado da vítima, Alexandre Torres Jr., o casal discutia após consumir bebidas alcoólicas.
“O motivo da briga foi que ela queria ir embora e ele não. Houve desentendimento sobre como e quando deixariam o posto”, disse.
Após desmaiar, Iolanda foi levada para um quarto da loja de conveniência. Ao acordar, horas depois, houve nova discussão e a Polícia Militar foi acionada.
Vítima diz que também foi agredida por policiais
Em um dos vídeos divulgados por Iolanda, ela relata ter sido agredida novamente na chegada da PM.
“A polícia chega, acredito eu que mandada por ele, me agredindo e me asfixiando com o joelho. Só me soltam quando ele manda.”
Ela registrou Boletim de Ocorrência e apresentou fotos de agressões sofridas em 2022 e 2023.
Posicionamento da PMAM
A PM afirmou, em nota, que o coronel responde a Inquérito Policial Militar (IPM) desde junho, quando o caso foi registrado. Ele teve a arma funcional recolhida e foi afastado das funções administrativas.
A corporação reforçou que repudia qualquer forma de violência contra a mulher e acompanha as investigações.
Polícia Civil também investiga
A Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM) Centro-Sul mantém Inquérito Policial (IP) aberto desde junho para apurar o caso. Segundo nota da Polícia Civil, mais informações não podem ser fornecidas para não comprometer as investigações.
Relatos de anos de violência
Em junho, Iolanda fez uma publicação afirmando que sofria agressões do coronel há mais de dez anos:
“Fui agredida pelo meu esposo, aquele que deveria cuidar de mim, mas isso acontece desde 2012. Eu mascarava tudo pela minha família.”
VEJA O VÍDEO:


