A paciência dos aprovados no concurso da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM) chegou ao limite. Durante o lançamento da “Operação Natal”, realizado nesta segunda-feira (3), em Manaus, o governador Wilson Lima (União Brasil) foi cobrado publicamente por candidatos que aguardam convocação há quase três anos.
O episódio ocorreu durante uma transmissão ao vivo, quando o governador se preparava para deixar o evento. Uma das aprovadas, emocionada, chorou e chegou a implorar pela convocação, dizendo que “não aguenta mais essa vida” e pedindo apenas a chance de trabalhar. A cena comoveu quem acompanhava o momento e escancarou o drama vivido por centenas de aprovados que continuam sem previsão de nomeação.
Aprovados no concurso da PM-AM cobram Wilson Lima e denunciam espera de quase três anos por convocação pic.twitter.com/FZ48LJY4an
— Remador (@PortalRemador) November 4, 2025
Déficit histórico e promessas não cumpridas
Um dos candidatos lembrou que o concurso foi o último realizado para nível médio em 35 anos, e destacou o déficit crescente no efetivo da corporação.
“Governador, o senhor convocou 1.700, mas desde o início do seu governo já perdemos 2.500 policiais. O que queremos é apenas a chance de servir o Estado. Podemos conversar sobre isso?”, questionou o aprovado.
Em resposta, Wilson Lima afirmou que pretende receber o grupo, mas voltou a justificar a ausência de novas convocações com “limites orçamentários e fiscais”.
“Deixa eu ver se consigo recebê-los para podermos ter uma outra conversa. Mas sempre esbarro na questão orçamentária e fiscal. Não adianta eu anunciar um número de convocados se a lei ou o orçamento não me permitem fazer isso”, declarou o governador.
A fala, no entanto, foi recebida com críticas. Segundo os aprovados, o argumento financeiro tem sido repetido há meses, enquanto o déficit da PM-AM só aumenta e o governo continua anunciando novas operações de segurança sem reforçar o efetivo.
Em vídeos divulgados nas redes sociais, os candidatos relataram frustração, tristeza e descrença após investirem tempo, esforço e dinheiro no concurso. “São três anos de luta e o retorno é só dor e frustração. Aumentaram a cláusula de barreira seis vezes e nada mudou”. pic.twitter.com/QAD7aDxo4s
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Desabafo e frustração
Em vídeos divulgados nas redes sociais, os candidatos relataram frustração, tristeza e descrença após investirem tempo, esforço e dinheiro no concurso. “São três anos de luta e o retorno é só dor e frustração. Aumentaram a cláusula de barreira seis vezes e nada mudou”, disse uma candidata.
Os aprovados afirmam que o governo utiliza a pauta da segurança pública como marketing político, mas não prioriza a convocação de quem já está apto a servir.
“Queremos apenas trabalhar e contribuir. O Amazonas precisa de mais policiais, e nós estamos prontos”, desabafou outro participante.
Situação atual
De acordo com os dados apresentados pelos aprovados, o efetivo da PM-AM conta hoje com pouco mais de 7 mil policiais, número considerado insuficiente para atender à demanda populacional e operacional da capital e do interior.



