Em novembro, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a Amazônia será o centro das atenções do mundo. Em meio à efervescência de debates sobre o clima, nasce em Belém (PA) a Casa da Sociobioeconomia, uma iniciativa da Conexsus – Instituto Conexões Sustentáveis que pretende mostrar, na prática, como a floresta pode ser sinônimo de desenvolvimento, renda e equilíbrio climático.
Instalada no coração da cidade, a Casa será um espaço de diálogo de cooperação entre o Sul Global com a presença de países pan amazônicos, da África e da Ásia, voltado para a divulgação de experiências concretas de negócios comunitários, cooperativas e povos indígenas que transformam a sociobiodiversidade em oportunidade econômica e ambiental. O ambiente vai reunir painéis, exposições, vivências sensoriais, mostras audiovisuais e degustações, conectando público, investidores, governos e organizações em torno de uma ideia central: a bioeconomia é uma solução climática e social que já está em curso na Amazônia e em todo o Brasil.
 
Durante as duas semanas da COP30, de 9 a 21 de novembro, o espaço abrigará uma programação intensa, com rodas de conversa, painéis temáticos, jantares de relacionamento com financiadores, expedições a campo e experiências imersivas nas principais cadeias produtivas sustentáveis da região — como açaí, cacau, castanha-do-pará, óleos vegetais, borracha e artesanato amazônico.
A iniciativa da Conexsus também busca valorizar o protagonismo das comunidades locais, destacando o papel de extrativistas, agricultores familiares, mulheres e jovens na construção de alternativas sustentáveis ao desmatamento. Os visitantes terão contato direto com produtos, histórias e pessoas que simbolizam a força de uma Amazônia produtiva e conservada. Além disso, leva para o espaço a Declaração Sul-Sul da Sociobioeconomia, uma iniciativa global liderada pela Conexsus, que nasce do compromisso de unir forças do Sul Global para afirmar que a sociobioeconomia é uma solução climática essencial. A Declaração expressa o chamado de dezenas de organizações da América Latina, África e Ásia para que os sistemas produtivos baseados na sociobiodiversidade, nos saberes tradicionais e na gestão comunitária dos territórios sejam reconhecidos como pilares da ação climática.
 
A cenografia da Casa foi desenhada para traduzir o território. O visitante poderá circular por ambientes temáticos que reproduzem a dinâmica das cadeias da sociobiodiversidade, com vitrines de produtos, mapas interativos, painéis explicativos e espaços de convivência inspirados na floresta.
 
A Casa da Sociobioeconomia é organizada pela Conexsus em parceria com Banco do Brasil e Governo Federal, BID Lab, CLUA, Erol Foundation, iCS, Porticus, Skoll Foundation, WWF Brasil.
 
A proposta é transformar o espaço em um ponto de encontro estratégico entre comunidades amazônicas e a agenda global do clima, fortalecendo a rede de parcerias e investimentos voltados à transição ecológica justa.
 
A Conexsus atua há mais de sete anos no fortalecimento de negócios comunitários e cooperativas que integram produção sustentável, conservação da biodiversidade e inclusão econômica. Com presença ativa na Amazônia e em outros biomas brasileiros, a organização apoia mais de 200 empreendimentos, contribuindo para o acesso a crédito, gestão e mercados responsáveis. Na COP30, a meta é consolidar esse protagonismo e ampliar o alcance da sociobioeconomia como modelo de futuro.
 
Negócios comunitários que estarão presentes na Casa
A Casa da Sociobioeconomia reunirá 20 organizações comunitárias da Amazônia e de outros biomas brasileiros, que representam o coração pulsante da sociobioeconomia. Cada uma delas apresentará produtos, histórias e práticas de manejo sustentável que unem conservação e renda.
 
Cadeia do Açaí
- Manejaí (Portel–PA) – cooperativa que organiza extrativistas em manejo sustentável de açaizais de várzea e produtos complementares como farinha e tapioca.
 - CAEPIM (Igarapé-Miri–PA) – referência em certificação orgânica e comercialização de açaí com rastreabilidade, envolvendo 150 famílias.
 - COOPAM (Gurupá–PA) – organiza a produção e o beneficiamento de açaí e pescado com apoio de programas públicos (PAA/PNAE), garantindo renda e conservação.
 
Cadeia do Cacau
- COOPFESBA (Bahia Cacau–BA) – primeira fábrica de chocolate da agricultura familiar, símbolo de agregação de valor e inclusão social.
 - COOPERCAU (Novo Repartimento–PA) – reconhecida pela produção de cacau fino do assentamento Tuerê, premiado internacionalmente.
 - CAMPPAX (São Félix do Xingu–PA) – cooperativa com sistemas agroflorestais (SAFs) e produção de cacau orgânico e castanha, referência em governança financeira.
 - COOPATRANS (Medicilândia–PA) – produtora do chocolate Cacauway, com protagonismo feminino e verticalização da cadeia.
 - COOPCAO (Medicilândia–PA) – pioneira no cacau orgânico da Transamazônica, parceira da Natura há quase duas décadas.
 
Cadeia de Oleaginosas (andiroba, murumuru, copaíba, tucumã)
- CART (Cametá–PA) – cooperativa agrícola com ênfase em óleos vegetais e manejo sustentável.
 - ASPACS (Lábrea–AM) – associação de extrativistas da Resex Médio Purus, referência em organização comunitária e protagonismo feminino.
 
Cadeia da Borracha
- ATRAMP / CNS / ASPACS – coletivo de seringueiros que mantém viva a cadeia da borracha nativa, hoje com rastreabilidade e mercado garantido por meio de parcerias com o WWF e Michelin.
 
Cadeia do Artesanato Amazônico
- COOBA-Y (Cooperativa Kayapó de Produtos da Floresta–PA) – produção indígena de artesanato e castanha-do-pará, símbolo de autonomia e conservação.
 - COOPSUR (RO) e COOPSOB (AC) – grupos de mulheres artesãs e seringueiras que utilizam materiais florestais sustentáveis, como látex, fibras e sementes.
 
Cadeia da Castanha-do-Pará
- COOBAY (PA) – cooperativa Kayapó que exporta castanha-do-pará sob a marca PI’Y, com impacto direto em 600 famílias indígenas e mais de 9 milhões de hectares conservados.
 - COOPAVAM (MT) – referência em manejo de castanha e borracha no Mato Grosso, com impacto sobre 1,5 milhão de hectares.
 - COOPERACRE (AC) e COMARU (AP) – cooperativas extrativistas com atuação consolidada em castanha e óleos, conectadas a empresas e redes de comércio justo.
 
Essas experiências mostrarão, na prática, como a sociobioeconomia gera impacto real: floresta conservada, famílias com renda, inclusão de mulheres e jovens e fortalecimento da economia local com base em conhecimento tradicional e inovação.
 
Realização: Conexsus
Parceria: Banco do Brasil e Governo Federal, BID Lab, CLUA, Erol Foundation, iCS, Porticus, Skoll Foundation, WWF Brasil
 
Sobre a Conexsus
O Instituto Conexões Sustentáveis – Conexsus atua na promoção da conexão dos negócios comunitários com os mercados, sejam locais, regionais, nacionais ou internacionais, disponibilizando acesso a investimentos financeiros customizados para apoiar a estruturação dos arranjos comerciais e viabilizar as operações.
		


