Seis bois-bumbás de Manaus — Brilhante, Clamor de Um Povo, Corre Campo, Galante, Garanhão e Tira Prosa — receberam, na última sexta-feira (22/8), os certificados de Patrimônio Cultural Brasileiro, entregues pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) durante a programação do Mês do Patrimônio no Amazonas.
As agremiações fazem parte do Complexo Cultural do Boi-Bumbá do Médio Amazonas e Parintins, registrado como Patrimônio Cultural do Brasil em 2018. O reconhecimento amplia a política de salvaguarda do Iphan e valoriza a tradição, que carrega a identidade amazônica e brasileira.
Para a superintendente do Iphan no Amazonas, Beatriz Calheiro, a entrega reforça a importância da manifestação. “Valorizamos tanto os grandes festivais quanto as expressões locais e comunitárias que mantêm viva essa tradição”, destacou.
Representantes dos bois também comemoraram a conquista. Leon Medeiros, presidente do Corre Campo, afirmou que o título “abre novas perspectivas e simboliza a oportunidade de escrever novas histórias”. Já Cine Lopes, do Boi Brilhante, ressaltou que o reconhecimento “vai abrir portas para fortalecer ainda mais os festivais e manter viva a cultura amazônica”.
Tradição centenária
O Boi-Bumbá chegou à Amazônia no século 17, pelas missões jesuíticas, misturando influências indígenas, negras e nordestinas. Ao longo do tempo, consolidou-se em diferentes formas:
- Boi de Terreiro – com enredo tradicional da morte e ressurreição do boi;
- Boi de Rua – realizado em espaços urbanos, com participação direta da comunidade;
- Boi de Arena – popularizado em Parintins, com o festival que reúne milhares de pessoas todos os anos no Bumbódromo, na disputa entre Caprichoso e Garantido.