A confusão entre os sintomas da depressão e da deficiência de testosterona prolonga o sofrimento de mulheres que estão perto do início ou na menopausa, de acordo com os ginecologistas. O motivo é a semelhança entre sinais depressivos e os característicos de baixos níveis do hormônio. São queixas frequentes de desânimo, ganho de peso, baixo desejo sexual e perda de massa muscular.
A diferença entre os casos de desequilíbrio hormonal e da doença psiquiátrica é sutil. Nos casos de depressão, o desânimo, o cansaço e o desinteresse sexual podem ser mais intensos. Além disso, os sentimentos de angústia e ansiedade também se apresentam. Para definir o diagnóstico, é necessário realizar avaliação ginecológica com base em exames laboratoriais.
A quantidade ideal do hormônio no corpo da mulher perto da menopausa está entre 8,4 e 48,1 ng/dL. Porém, as pacientes geralmente apresentam números extremamente menores e próximos a 2,9 ng/dL.
A especialista Dra. Emybleia Meneses, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), explica que o desconhecimento sobre os sintomas do nível baixo de testosterona leva as pacientes a procurar por acompanhamento psiquiátrico. “É comum o relato de mulheres que tomaram antidepressivos e não apresentaram melhora dos sintomas. Essa situação prolonga o sofrimento e atrasa o diagnóstico correto”, comenta.
O tratamento para reequilibrar os níveis de testosterona é a terapia de reposição hormonal. A medicação alivia os sintomas já na primeira semana. Porém, antes de iniciá-la é primordial avaliar aspectos como sono, alimentação, atividade física e relacionamentos, pois eles também impactam no equilíbrio dos hormônios do corpo.