Manicoré (AM) – A situação dos pecuaristas do sul do Amazonas está cada vez mais delicada. Com a notificação de retirada de rebanhos de áreas embargadas em um prazo de apenas cinco dias, muitos estão tendo que lidar com a possibilidade de perder seus animais. Aqueles que não obedecerem essa determinação correm o risco de ter seus gados apreendidos. Até o momento, mais de dois mil animais já foram expropriados e destinados a programas sociais. A situação é preocupante e gera incertezas para os produtores rurais da região.
Criadores de gado instalados em áreas embargadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na região de terras do distrito de Santo Antônio do Matupi, localizado em Manicoré, estão sendo obrigados a se retirar do local, ocasionando uma migração dos rebanhos para pastos regularizados pelo Instituto de Proteção Ambiental (Ipaam). A medida se dá em cumprimento às normas ambientais e sanitárias.
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O órgão justifica a ação com o intuito de cessar a degradação ambiental e propiciar a recuperação da área degradada. De acordo com dados do site da Idesam (Conservação e Desenvolvimento Sustentável), o distrito concentra praticamente todo gado do município de Manicoré, com 115 mil cabeças de gado, o que o torna o quarto maior rebanho do Amazonas.
Entretanto, entre 2004 e 2018, o número aumentou 800%, passando de 12,8 mil para 115 mil animais. No mesmo período, foi desmatada uma área equivalente a 82 mil campos de futebol. Diante disso, o Ibama determinou o embargo das áreas degradadas e exigiu que os criadores de gado se retirem, contribuindo assim para a recuperação ambiental da região.
O Ipaam é responsável por licenciar e fiscalizar as atividades que envolvam o uso de recursos naturais no Estado do Amazonas. Assim, a regularização das áreas de pastagem para os criadores de gado pode ajudar a reduzir os impactos ambientais decorrentes da criação de gado.